Inês Batista Rodrigues, diplomada em 2020 no Mestrado Integrado em Engenharia de Materiais da Universidade de Aveiro (UA), foi a galardoada na mais recente edição do Prémio Faria Frasco. A distinção, atribuída pela Sociedade Portuguesa de Cerâmica e Vidro, foi conseguida com a dissertação de mestrado intitulada “Decoração digital e processamento de radiação laser de loiça em grés”.
Qual é a relevância do trabalho ‘Decoração digital e processamento de radiação laser de loiça em grés’ que mereceu a atribuição do Prémio Faria Frasco?
Este trabalho teve como objetivo principal o desenvolvimento de uma tinta para aplicação por impressão digital e posterior tratamento térmico com radiação laser. Pretendia-se utilizar esta tinta para marcar a identificação do produtor na superfície vidrada de peças cozidas em grés, em substituição da tinta polimérica aplicada atualmente com carimbo. Apesar de serem necessários testes e estudos adicionais, a tinta desenvolvida tinha também o potencial de poder ser utilizada na decoração personalizada de peças. Na realidade, a implementação de um sistema de impressão digital combinado com tratamento com radiação laser permitiria à empresa receber, por meios digitais, o motivo pretendido pelo cliente, enviá-lo imediatamente para a linha de decoração, onde seria aplicado de uma forma automática e muito expedita em peças já prontas e armazenadas. Esta alteração contribuiria para aumentar a competitividade da empresa no contexto atual da Indústria 4.0.
Porque concorreu ao Prémio Faria Frasco?
Concorri ao Prémio Faria Frasco porque gostei imenso de desenvolver a minha dissertação de mestrado. Foi um tema que me interessou desde o início e que, ao longo do tempo, me foi dando prazer fazer. Assim, achei que deveria partilhá-la e, portanto, nada melhor que concorrer ao Prémio Faria Frasco.
O Prémio Faria Frasco, numa homenagem àquele que foi o primeiro presidente da Sociedade Portuguesa de Cerâmica e Vidro, o Engenheiro Alberto Fernandes Faria Frasco, tem um valor monetário de 2.000€, tendo por objetivo incentivar a produção de projetos originais de jovens investigadores, na área da Cerâmica e do Vidro. Distingue um trabalho inédito, de carácter académico (licenciatura ou mestrado), apresentado no decurso do biénio anterior à edição do Prémio, desenvolvido em território nacional, nas áreas científico/tecnológicas do design industrial ou da gestão industrial, cuja aplicação industrial seja inovadora e que não tenha sido premiado em nenhum outro concurso.